Queridos irmãos e irmãs, alegria e paz.
Logo no início deste novo mês celebramos em sufrágio dos fieis defuntos, em Finados, e no primeiro domingo todos os Santos e Santas de Deus, que nos recorda que somos todos vocacionados à santidade. A festa de Todos os Santos e Finados são celebrados numa total sintonia pois tanto uma como outra não deixa de nos fazer lembrar de tantas pessoas que, ao nosso redor, contribuíram e foram decisivas para que tenhamos vida e vida com dignidade e tem nos deixado importante legado. Rezar pelos que já estão junto de Deus na gloria da eternidade é entrar na comunhão com todos e é a razão da nossa fé e esperança.
Celebraremos no dia 13 deste mês o Dia Mundial dos Pobres. O Santo Padre, o Papa Francisco, apresenta-nos uma bela mensagem com o tema: “Jesus Cristo fez-se pobre por vós” (cf. 2 Cor 8, 9). A intenção com o convite, tomado do apóstolo Paulo, é manter o olhar fixo em Jesus, que, “sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza”.
O Papa Francisco nos diz que nossa atenção para com os pobres não pode se limitar a um comportamento assistencialista, como muitas vezes acontece; naturalmente é necessário empenhar-se para que a ninguém falte o necessário. Não é o ativismo que salva, mas a atenção sincera e generosa que me permite aproximar do pobre como de um irmão que me estende a mão. Diz-nos ainda o Santo Padre que “a pobreza que mata é a miséria, filha da injustiça, da exploração, da violência e da iníqua distribuição dos recursos. É a pobreza desesperada, sem futuro, porque é imposta pela cultura do descarte que não oferece perspetivas nem vias de saída. É a miséria que, enquanto constringe à condição de extrema indigência, afeta também a dimensão espiritual, que, apesar de muitas vezes ser transcurada, não é por isso que deixa de existir ou de contar. Quando a única lei passa a ser o cálculo do lucro no fim do dia, então deixa de haver qualquer freio na adoção da lógica da exploração das pessoas: os outros não passam de meios. Deixa de haver salário justo, horário justo de trabalho e criam-se novas formas de escravidão, suportada por pessoas que, sem alternativa, devem aceitar este veneno de injustiça a fim de ganhar o mínimo para comer, conclui o Papa Francisco.
Irmãos e irmãs, no próximo dia 20, em nossa Região Pastoral 1, iremos celebrar com alegria e em comunhão com as 14 paróquias que a compõe, a festa de Cristo Rei, o Dia dos Leigos e Leigos com a bonita participação do Apostolado da Oração e a abertura do Ano Vocacional Nacional. A festa este ano acontecerá na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no distrito de Senhora do Carmo, município de Itabira.
Celebrar a Solenidade de Cristo Rei é declarar-se discípulo de Jesus e missionário de Sua Igreja. Festejar Cristo Rei é saber cumprir com zelo os mandamentos de Cristo, entoando com sabedoria: “Convém que Ele reine!” (1Cor 15,25). Festejar Cristo Rei é ter a firme convicção de que Cristo é o Senhor absoluto da história humana e de todos os seres humanos, pois “tudo foi criado por meio d’Ele e para Ele. Ele existe antes de todas as coisas e todas as coisas têm n’Ele a sua consistência. Ele é a cabeça do corpo, isto é, da Igreja. Ele é o Princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo Ele tem a primazia”. (Cl 1, 16-18). Festejar Cristo Rei é estar disponível para trabalhar com zelo e entusiasmo em cada Diocese, Paróquia ou Movimento, procurando levar a toda parte a certeza da nossa fé e do nosso amor por um serviço frequente e fiel a Cristo Senhor.
A solenidade de Cristo Rei nos faz perceber que “temos não só o direito e o dever, mas também a satisfação e a honra de confessar o Seu excelso senhorio sobre todas as coisas e sobre todos os homens”. (Homilia do Papa João Paulo II na Solenidade de Cristo Rei em 23 de novembro de 1980). É uma imensa satisfação poder proferir que Cristo é “o Alfa e o ômega, Aquele que é, que era e que vem, o Todo Poderoso!” (Ap 1,8).
Ao iniciarmos um novo ano litúrgico, no próximo dia 27 com o Tempo do Advento, possamos através deste caminho que a Igreja nos oferece nos preparar bem para a grande festa cristã que é o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que seu nascimento nos faça renascer também e nos torne repletos de esperança e de paz. Não deixem de realizar em vossas famílias, comunidades e pastorais a novena de Natal.
Que Nossa Senhora das Graças, cuja festa celebramos neste mês, a Rainha do céu e da Igreja, nos cubra com sua benção e sua ternura e sejamos fieis seguidores de seu Filho Jesus que deu sua vida em resgate de toda a humanidade.
Itabira, 04 de novembro de 2022
Pe. Ueliton Neves da Silva
Pároco