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Itabira, 21 de novembro de 2024

PALAVRA DO PÁROCO Pe. Ueliton Neves da Silva MÊS DE maio  .  2023
TODAS AS PALAVRAS DO PÁROCO

A presença materna de Maria na Igreja

02/05/2023 . Palavra do Pároco

“Ninguém terá a Jesus Cristo por irmão, que não tenha a Maria Santíssima por Mãe.”

(São Francisco de Sales)

Mês de maio é o Mês de Maria, a qual é o tempo de recordar a presença amorosa da Virgem Santíssima. Mês mariano onde além de celebrar as Festas e Solenidades do Tempo Pascal, vivenciamos com carinho e louvor Nossa Senhora, através da reza do terço, das coroações etc.

“Tudo quanto pudermos dizer em louvor de Maria Santíssima é pouco em relação ao que merece por sua dignidade de Mãe de Deus” (Santo Agostinho), por isto a importância deste mês dedicar-se àquela que deve ser amada pelo exemplo de coragem, amor e fé em dedicação a realização dos Planos de Deus, afinal, sem o “sim” de Nossa Senhora, não haveria a concretização da Encarnação de Cristo, por meio do Espírito Santo, e fazer-se humano como cada um de nós.

O mês de maio, dedicado a Nossa Senhora, é uma oportunidade para evangelização e para a reflexão sobre o princípio mariano de nossa fé. Ao meditarmos como a Palavra de Deus nos apresenta a figura e o papel da Virgem Maria na obra da redenção e na história da salvação, podemos ver que a nossa fé se ilumina pelas atitudes marianas. Às demonstrações de afeto filial, de verdadeira devoção, de ternura para com a Mãe do Senhor, devemos juntar nossa convicção de fé em relação ao exemplo eminente da Virgem Maria. Seremos cristãos se estamos atentos ao que a graça de Deus realiza nas pessoas que acolhem a proposta divina. De fato, este é o princípio que norteia a nossa fé: Deus vem ao nosso encontro, propõe algo para nós, isto é, Ele mesmo se dá a nós, Ele nos fala e nós somos convidados a dar uma resposta. Podemos dizer, com base na reflexão teológica atual, que o ser humano foi criado para dar reposta ao Deus que vem ao seu encontro. Existimos para o encontro pessoal, não com uma coisa, uma realidade abstrata, sem nome, como recordou o Papa Francisco, mas com um “acontecimento, com uma Pessoa” (Bento XVI, carta Encíclica Deus é amor, 1), que nos interpela à comunhão de vida, que nos chama à santidade, isto é, a uma relação com Ele.

A Igreja afirma, e isto faz parte de nossa fé, que a Virgem Maria é o exemplo mais perfeito dessa resposta. Ela é exemplo de acolhimento da Palavra de Deus e de disponibilidade inteira à missão que a Palavra convoca. Ao acolher a Palavra ela se torna morada da graça, templo do Espírito, tabernáculo da força do Altíssimo. Em Maria, dá-se o perfeito encontro entre proposta divina e resposta humana, como nos recordou o Papa emérito Bento XVI, na Exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini: “é necessário olhar para uma pessoa em Quem a reciprocidade entre Palavra de Deus e fé foi perfeita, ou seja, para a Virgem Maria, que, com o seu sim à Palavra da Aliança e à sua missão, realiza perfeitamente a vocação divina da humanidade” (Bento XVI, Exort. Apost. Verbum Domini, 27).

Maria, logo após de ter concebido por obra do Espírito Santo, vai visitar a sua idosa parente Isabel, também ela milagrosamente à espera de um filho. Neste encontro repleto de Espírito Santo, Maria exprime a sua alegria com o cântico do Magnificat. O Evangelho mostra- -nos também qual é o motivo mais verdadeiro da grandeza de Maria e da sua bem-aventurança: o motivo é a fé! Com efeito, Isabel saúda-a com as seguintes palavras: “Bem-aventurada és Tu que creste, porque se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!” (Lc 1,45). A fé é o âmago de toda a história de Maria! Maria acredita e proclama que Deus não deixa sozinhos os seus filhos, humildes e pobres, mas socorre-os com misericórdia e solicitude.

Esta é a fé da nossa Mãe, esta é a fé de Maria! Enquanto a vida passa, Deus faz resplandecer “para o seu povo, peregrino sobre a terra, um sinal de consolação e de esperança segura” (Prefácio da Assunção). Aquele sinal tem um rosto e um nome: o rosto luminoso da Mãe do Senhor, o nome abençoado de Maria, cheia de graça, bem-aventurada porque acreditou na palavra do Senhor: a grande crente! Como membros da Igreja, estamos destinados a participar na glória da nossa Mãe porque, graças a Deus, também nós cremos no sacrifício de Cristo na cruz e, mediante o Batismo, estamos inseridos neste mistério de salvação. Hoje oremos todos juntos a Ela a fim de que, enquanto percorremos o nosso caminho nesta terra, nos dirija o seu olhar misericordioso, ilumine a nossa vereda, nos indique a meta e, depois deste exílio, nos mostre Jesus, fruto abençoado do seu seio.

Meus irmãos, minhãs irmãs, eis que iremos celebrar a novena e festa de nossa tão querida e amada padroeira, Nossa Senhora da Penha de 18 a 27 de maio de 2023. Virgem da Penha, figura do ser humano que se deixa moldar pelo Espírito: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1,35) são nosso tema e lema.

Maria é a Mãe dos apóstolos, é a presença materna que auxilia os discípulos a perseverarem na fé e na espera do Espírito Santo Consolador. Por isso, permaneciam unidos em oração, suplicando a Deus a vinda do Paráclito, do Fogo abrasador. Dessa forma, Maria molda maternalmente os apóstolos em irmãos, preparando-os para acolher o Espírito Santo.

Com a descida do Espírito Santo no cenáculo, os apóstolos animados pela Virgem Santíssima, venceram seus temores e, destemidos, proclamavam o Evangelho. Ali era formada a primeira comunidade cristã, com o nascimento da Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo.

Como cristãos batizados somos chamados a refletir sobre Pentecostes, pois “somos todos templo do Espírito Santo”, como diz São Paulo (1 Cor 6,19).

Estes dias oferece-nos um tempo de oração que nos leva à comunhão profunda e espiritual com Jesus, através de Maria, Mulher de Pentecostes.

Participemos com muito amor e devoção deste momento especial em nossa Paróquia que tem por padroeira a Virgem de Nazaré, a Senhora da Penha.

Confiemos na materna intercessão de Nossa Senhora e peçamos ao Pai que nos envie o Seu Espírito Santo, nos encha com seus sete dons e nos dê, a cada dia, a coragem de testemunhar o Cristo Vivo e Ressuscitado e de proclamar a sua Palavra.

Que este mês voltemos o nosso coração com bastante amor e piedade a Memória de Nossa Senhora, com os seus inúmeros títulos dados por todo o mundo. Cultivando nossa devoção àquela que é a precursora da Fé dos Cristãos. E que possamos sempre nos recordar que “o nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria. O que uma fez por incredulidade o desfez a outra pela fé.”

Nossa Senhora, Mãe de Deus, rogai por nós!
Saudações em Cristo Ressuscitado! Aleluia!

Pe. Ueliton Neves da Silva
Pároco