“Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se O tenho a meu lado não vacilo.” (Sl 15)
Queridos irmãos, queridas irmãs, a alegria e a paz do Cristo Ressuscitado estejam com vocês.
A Igreja exorta todos os cristãos a viverem o Tempo Pascal atentamente e com alegria, para que a chama do amor do Ressuscitado renove nossas vidas e nos sustente a cada dia. Diante da Ressurreição do Senhor Jesus, um dia apenas seria pouco para celebrar tão grande graça e, pouco também para aprendermos o significado da Ressurreição. Toda a Liturgia reverbera os feitos e ensinamentos do Ressuscitado, desde o grande dia da Páscoa até que se celebre Pentecostes.
O Tempo Pascal deve ser vivido com os olhos da fé, com o coração repleto de esperança e com a razão que nos faz crer no invisível e na aceitação do que pode parecer impossível à inteligência humana, mas que se torna crível e possível àqueles que creem no poder salvífico do Pai.
Somos todos dotados da graça vivificadora dos dons recebidos de Deus que se renovam constantemente através da oração pessoal e comunitária, da vivência sacramental e da assídua intimidade com a Palavra e esses dons fortalecem nossa capacidade de crer sem ver. Cristo, Vivo e Ressuscitado nos deseja abertos aos tantos sinais, gestos e palavras proferidos nos dias que se seguiram à Ressurreição, para que crendo, possamos dar testemunho sempre e em todo lugar. Do sepulcro vazio “Ele não está aqui”, ao testemunho das mulheres “eu vi o Senhor”, da incredulidade de Tomé à sua profissão de fé “Meu Senhor e meu Deus”, dos discípulos de Emaús que caminhavam com o Cristo, mas não O reconheceram, em todos esses fatos, entre outros, há um pouco de cada um de nós! Em alguns momentos gritamos aos quatro ventos: ‘eu vi o Cristo”, noutros, somos tão céticos quanto Tomé, precisando de provas palpáveis para crer, e por muitas vezes, entre reclamações, desânimo e apatia, não conseguimos perceber a presença de Cristo junto a nós.
O Tempo Pascal nos remete a viver uma transformação pessoal e comunitária. Saímos do roxo da quaresma para o branco da paz e da alegria! O Círio Pascal, que indica a Luz de Cristo, deve acender em nosso íntimo o desejo de sermos luz na vida do outro, do próximo e dos que não são tão próximos assim. A alegria do Ressuscitado nos leva a cantar em alta e bom tom, o Glória a Deus nas alturas, exaltando Aquele que morreu e ressuscitou por nós! Aleluia, Cristo Ressurgiu, está vivo entre nós, caminha conosco a todo instante.
A Ressurreição de Jesus deve nos levar a ressuscitar com Ele, saindo da mesmice, das trevas do pecado e da indiferença, para sermos, como Ele, construtores da paz, da harmonia e da alegria. Ao aparecer aos apóstolos, Jesus se coloca no meio, no centro e deseja a paz, muito significativo esse gesto de estar no meio. Jesus é a Pedra fundamental da Igreja, o centro de tudo, é Dele, Ressuscitado, que brota um novo céu, uma nova terra. Ao passar pela Paixão e Morte, Jesus apaga os tempos antigos e oferece a todos, sem distinção uma vida nova, alicerçada no seu amor, na sua companhia, na sua presença na Eucaristia e na Igreja. Ele, que é Caminho, Verdade e Vida nos quer perto Dele, numa intimidade sem limites! Quem experimenta Cristo Ressuscitado compartilha essa imensa graça e aproveita a essa oportunidade, carregando a própria cruz com alegria, de difundir a paz e a fraternidade social.
Deixemos que Luz de Cristo penetre em nossos corações, extravase em nossos gestos e ilumine quem passar por nós. Assim, como a Virgem Maria, sejamos fieis ao Ressuscitado, confiando-nos a Ele em todas as situações. Vivamos o Tempo Pascal como quem vive o dia mais belo e a oportunidade única de sermos cristãos à semelhança de Nossa Senhora, a Virgem da Penha.
Itabira, 01 de abril de 2024.
Pe. Ueliton Neves da Silva | Pároco