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Itabira, 09 de maio de 2025

Procissão e Sermão do Encontro

23/04/2025 . Notícias da Paróquia

“Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos! (Lc 23,28)

Na segunda-feira, 14/04, após a Santa Missa na Catedral Diocesana Nossa Senhora do Rosário, presidida pelo Pe. Adriano Mendes de Pinho, a imagem do Senhor dos Passos seguiu para o depósito. Após a missa presidida pelo Pe. Ueliton Neves da Silva, no Santuário São Geraldo Majela, a imagem foi acolhida no interior do Templo e seguiu em procissão para o depósito para a Igreja de São Geraldo, no bairro Major Lage de Baixo.

Na terça-feira, dia 15/04, a imagem de Nossa Senhora das Dores, seguida por uma centena de fiéis em procissão, saiu da Matriz Nossa Senhora da Saúde, depois da Santa Missa, para a Igreja Nossa Senhora de Fátima, na Vila Amélia, onde permaneceu até a noite de quarta-feira, quando saiu para o encontro com o Senhor dos Passos.

Na noite da quarta-feira santa, 05 de abril, a missa na Igreja São Geraldo Majela e outra na Igreja Nossa Senhora de Fátima. Após as missas, as imagens foram conduzidas em procissão para o encontro. A imagem de Nossa Senhora das Dores saiu da Igreja Nossa Senhora de Fátima e a imagem do Senhor dos Passos saiu da Igreja São Geraldo Majela.

O Sermão do encontro foi proferido pelo Pe. Ueliton Neves, no interior do Santuário, devido ao tempo chuvoso.

ABAIXO ALGUNS TRECHOS PROFERIDOS POR PADRE UELITON EM SEU SERMÃO:

Tantos séculos já se passaram e não foram suficientes para apagar da mente e do coração humano a imagem deste acontecimento ímpar na história da humanidade: impossível para uns, inacreditável para outros, misterioso e inexplicável para todos nós. Momento em que Deus vem até nós para que nos voltássemos a Ele; momento em que ele sela definitivamente uma aliança com toda humanidade em seu Filho, Jesus Cristo que, tendo assumido a nossa condição humana, encarnando-se no seio da virgem Maria por obra do Espírito Santo, veio para libertar e para salvar o seu povo, veio para salvar a todos nós.

Neste tempo forte de oração, a Igreja, Mãe e Mestra, atenta às necessidades de seus filhos e filhas, chama a nossa atenção para os sinais dos tempos e nos convida a uma adesão total a Jesus Cristo, há uma renovação do nosso compromisso de vida fraterna: “Nisto reconhecerão que vós sois os meus discípulos se vos amardes uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13,34-35). A Igreja nos convida ao desprendimento dos bens terrenos, a usar das coisas e das dádivas da natureza com responsabilidade como um caminho que nos leva a Deus e nos compromete com a justiça, a vida e a construção da paz.

Hoje, pelas ruas de nossa cidade, contemplamos o Senhor dos Passos e ouvimos os seus passos, como se ouviu no Jardim do Édem. Não podemos nos esconder dele, pois Ele vem ao nosso encontro, caminha em nossa direção, nos procura incansavelmente e não se contenta enquanto não nos encontra. Não fujamos do Senhor, mas corramos ao seu encontro. O Senhor dos Passos ao passar pelas ruas de nossa cidade, percorre-as carregando em seus ombros a cruz. Mas, mesmo que embora lhe pese aos ombros o peso do madeiro, ele passa e contemplar tudo ao seu redor: as pessoas que o insultam, as que com ele se solidarizam e choram, mas o Senhor contempla a nossa Casa Comum. Sim, o Senhor contemplar a natureza, toda criação de Deus. Pesa junto ao peso da cruz ver a devastação de tudo o que Deus criou e viu que era muito bom. Vê os seres humanos em disputas constantes pelo poder, pelo ter. Vê o ser humano, imagem e semelhança de Deus, sem humanidade, insensível. Vê o ser humano com o coração repleto de ganância, soberba, avareza. Que caminho difícil e doloroso passou e contemplou o meu Senhor

Jesus passa e não simplesmente passa, mas convida a todos nós a uma profunda reflexão sobre a nossa relação com a criação e com os nossos semelhantes.

O Filho encontra-se com a sua MÃE DOLOROSA. Encontro confortador, garantia de solidariedade. Mãe e Filho se avistam. A multidão se comprime, mas a mãe não mede esforços para estar perto de seu filho, nestes últimos instantes de sua vida terrena.

Meus irmãos e irmãs, são dois olhares que se cruzam, dois corações que se encontram e que dizem o que os lábios não são capazes de pronunciar. Mãe e Filho unidos no caminho da dor. Para Maria, este encontro traz em si toda a dor profetizada pelo velho Simeão “… E uma espada de dor transpassará o seu coração” (Lc 2,33-35). Que dor maior pode haver para o coração de uma Mãe do que ver o seu Filho ser morto e ainda por cima ser morto inocentemente?

Aqui, quero muito especialmente rezar por você mãe, por você pai, por você esposo ou esposa, que perdeu um familiar e sentiu a espada traspassar o seu coração. Infelizmente, em nosso município, muitas pessoas cometeram o autoextermínio. Quantos jovens, pais e mães de família tiraram a própria vida. Que dor, meu Deus! Quanta dor! Me solidarizo com você, meu irmão e minha irmã, e elevo a Deus orações e preces em sufrágio dos que anteciparam sua páscoa definitiva.

Imersos, por vezes, nos descaminhos e desencontros da vida; vivendo as tribulações e provações da vida, nós trazemos uma certeza: jamais nos faltará a proteção de Maria, nossa Mãe do céu, e de seu Filho Jesus, nosso Salvador.