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Itabira, 03 de maio de 2024

A mistagogia das procissões de entrada e saída na ação litúrgica

02/06/2022 . Notícias da Paróquia

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PENHA

Diocese de Itabira-Cel. Fabriciano

CARTA PASTORAL

A mistagogia das procissões de entrada e saída na ação litúrgica

Ao participarmos da Santa Missa experimentamos a realidade concreta de sermos um povo peregrino. Somos parte do Povo de Deus que se coloca a caminho na realização da nova aliança, assim como viveram os que nos antecederam na fé – como Abraão, Moisés e tantos outros. Um povo chamado a congregar-se em Jesus Cristo e enviado para proclamar a sua Boa Nova. Essa comunhão em Cristo nos faz Igreja, verdadeira assembleia de discípulos-missionários do Reino de Deus. Toda ação litúrgica realizada na Santa Missa nos une e envia na pessoa de Jesus Cristo. A liturgia transmite com seus gestos e símbolos a essência da Igreja peregrina. Alguns desses gestos que transmitem concretamente essa realidade são as procissões de entrada e de saída.

A procissão de entrada: rito da unidade

Como um dos primeiros gestos da ação litúrgica, a procissão de entrada faz parte dos ritos iniciais. Os ritos iniciais, afirma a CNBB no guia litúrgico-pastoral, “fazem com que os fiéis, reunindo-se em assembleia, constituam uma comunhão em Cristo”. Tendo esse mesmo objetivo, a procissão de entrada recorda que é Deus que convoca e nos une. O rito de entrada se configura como sinal de que Cristo está no meio de nós. É na pessoa do presidente que Ele preside e une o seu povo, formando um só corpo.

Em nossas comunidades a procissão de entrada é acompanhada do canto inicial, que realiza em ritmo processional essa comunhão da assembleia em Cristo. Por isso, ao destacar os primeiros gestos da celebração litúrgica “não há dúvida de que os primeiros momentos são particularmente importantes. Pois eles condicionam de certa maneira o resto da celebração, sendo que a abertura imprime uma tonalidade particular” – como afirma o liturgista Michel Steinmetz.

A procissão é formada por uma fila, onde vai à frente a cruz processional e por último quem preside a celebração. Tanto o presidente, os ministros extraordinários da sagrada comunhão eucarística e a equipe litúrgica devem ter claro que Cristo é a centralidade. Também fazem parte alguns símbolos como, no tempo pascal, o círio, o evangeliário (Bíblia ou lecionário) e outros que reportam de forma particular a vida de cada celebração. Quando se chega diante do altar é realizada a reverência e após encaminha-se aos seus lugares. Os ministros ordenados, após a reverência, realizam o rito de beijo sobre o altar. A procissão é realizada em profundo espírito orante, de forma calma, simples e serena.

A procissão de saída: rito do envio

A procissão de saída faz parte dos ritos finais, formando o último gesto da celebração litúrgica. Esse direcionar-se até a porta da Igreja, se torna sinal de que congregados no Senhor somos enviados em missão. Após sermos nutridos pela Palavra e de comungarmos do Corpo e Sangue do Senhor, a própria dinâmica da Eucaristia nos impele a testemunhar a presença de Cristo em nós. Somos portadores dessa presença e o envio litúrgico exorta a vivermos essa graça em nosso cotidiano.

Concretamente, a procissão de saída muitas vezes não é realizada em nossas comunidades, ou não se dá muita importância para esse gesto. No entanto, a profundidade desse momento nos reporta ao próprio envio do Ressuscitado aos seus discípulos (cf. Mc 16,15-20).  De forma prática, a procissão é organizada sob a mesma ordem da procissão de entrada. Primeiramente a cruz processional e por último o presidente da celebração. O canto litúrgico também pode favorecer a consciência desse envio missionário. Esse rito também provoca ao presidente da celebração realizar o seu cumprimento na porta da Igreja a cada pessoa que participou da celebração litúrgica.

As procissões de entrada e saída na celebração litúrgica são sinais visíveis da unidade e do envio missionário. São gestos que nos introduzem no mistério celebrado e nos animam a viver o que se celebra. É realizar diariamente em nós a relação mistagógica de fé e vida, identidade da Igreja peregrina.

No Ano jubilar paroquial

Itabira, 31 de maio de 2022

Visitação de Nossa Senhora

Pe. Ueliton Neves da Silva

Pároco