O Santuário São Geraldo tem a alegria de receber para um Concerto de Natal e apresentação da Música Colonial Mineira o Coral Cidade dos Profetas e Orquestra. O espetáculo acontecerá no dia 12 de dezembro às 17h, com entrada franca.
O Coral tem como regente, desde a sua criação, o maestro José Herculano Amâncio. Ele conta que tudo começou em Congonhas, em 1988:
Nos preparamos para cantar em uma missa durante a Festa de São José Operário. O objetivo era nos apresentarmos somente na missa, mas depois, por sugestão e motivação das pessoas que nos assistiram, continuamos com o coro”.
E foi assim que um pequeno grupo de pessoas interessadas em aprender música formou um coral polifônica à capela, tendo como principal objetivo aliar arte musica à arte sacra colonial mineira.
Grandes conquistas do Coral Cidade dos Profetas foram o lançamento de dois álbuns: o “Coral Cidade dos Profetas – Missa em Fá Maior, de Lobo de Mesquita” (2012) e o “Coral Cidade dos Profetas – Mestres do Colonial Mineiro” (2017). Segundo o maestro José Herculano, outro CD, intitulado de “Louvor à Virgem Maria” será lançado em breve. “Nos últimos anos, o coro começou a ter visibilidade. Projetos começaram a ser aprovados e, a partir daí, começamos a aparecer na mídia. Isso valoriza e divulga tanto o coro quanto a cidade. Congonhas, por si só, já tem visibilidade mundial e quando criamos o nome do coral, pensamos muito nisso, porque ele remete à cidade”, completa.
Mantido pela Associação Cultural Canto Livre, entidade sem fins lucrativos, declarada de utilidade pública pela Lei Municipal 2617/2006, e pela Lei Estadual 19510/2011, oferece gratuitamente, por meio da Associação, formação musical a pessoas em idades que variam dos 12 aos 80 anos, e é reconhecido como uma das mais belas manifestações culturais do interior de Minas.
Conheça mais do Coral através do vídeo abaixo:
A Música Colonial Mineira, elemento artístico e cultural da história do estado, se impõe desde as suas origens até a atualidade. Com seu apogeu na segunda metade do século XVIII, sua organização e profissionalização acontecem durante a formação das primeiras vilas e arraiais e no apogeu do Ciclo do Ouro.
A música religiosa dos tempos coloniais se fundamenta na riqueza dos textos litúrgicos, onde as frases, com seus sentidos específicos, são sugestivas, desafiadoras e despertam a inquietação, a imaginação e a criatividade do compositor, que sabe explorar os recursos musicais disponíveis para parafrasear os textos, com grande liberdade nas reexposições de temas e ideias musicais. Esbanja ornatos e contrastes, fazendo com que as peças se encham de beleza e harmonia. É escrita fundamentalmente em Latim, e caracteriza-se pela hipérbole, elipses intratextuais, alterações de solos, duos, coros, intervenções orquestrais, contrastes de vozes, explorações, de rondós, excessos de acidentes e adornos.
Apesar de inúmeros agentes se esforçarem na busca do resgate da Música Colonial Mineira, bem como na reconstituição de suas partituras, boa parte da produção de todo este manancial de beleza ainda permanece inédito das gerações atuais, em manuscritos guardados em bibliotecas públicas e coleções particulares ou circulando em cópias precárias de intérpretes. O que pôde ser salvo até agora representa apenas um reflexo de uma esplendorosa atividade criadora que alcançou, em diversas ocasiões, uma grande beleza.
Foto de Capa: Pedro Vilea