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Itabira, 02 de março de 2025

PALAVRA DO PÁROCO Pe. Ueliton Neves da Silva MÊS DE fevereiro  .  2025
TODAS AS PALAVRAS DO PÁROCO

A esperança nos fortalece nas tribulações

11/02/2025 . Palavra do Pároco

Queridos irmãos, queridas irmãs, saudações, paz e bênção no Senhor.

O tempo avança e já nos encontramos no segundo mês do novo ano, que a pouco iniciamos. Dentre os muitos aspectos que poderíamos tratar em nossa reflexão neste mês de fevereiro, julguei importante partir da reflexão que nos apresenta o Santo Padre, o Papa Francisco, por ocasião do Dia Mundial do Enfermo. A enfermidade aflora nossas fragilidades e nos leva a reconhecer quão limitados somos e o quanto precisamos uns dos outros. Na vivência do Jubileu da Esperança, somos exortados a voltarmo-nos para Deus, nossa Esperança, em quem encontramos proteção e refúgio sempre.

“A esperança não decepciona” (Rm 5,5) e nos fortalece nas tribulações” é o tema escolhido pelo Papa Francisco para celebrarmos, juntos, o 33º Dia Mundial do Enfermo, dia 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes.

A esperança, foco principal da mensagem, fortalece o convite e os votos do Papa Francisco voltados a todos os que sofrem e a todos os que cuidam dos enfermos. Uma esperança que, segundo o Pontífice, nos torna firmes nas dificuldades e alimenta a virtude a que chamamos fortaleza e que, assim como a esperança, é um dom de Deus.

Em sua mensagem, o Papa Francisco apresenta três abordagens: o Encontro; o Dom e a Partilha.

No momento da enfermidade, se por um lado sentimos toda a nossa fragilidade — física, psíquica e espiritual — como criaturas, por outro experimentamos a proximidade e a compaixão de Deus, que em Jesus partilhou do nosso sofrimento. Ele não nos abandona e, muitas vezes, nos surpreende com o dom de uma tenacidade que nunca pensamos possuir e que, sozinhos, não teríamos encontrado.

A doença torna-se uma oportunidade para um encontro transformador, a descoberta de uma rocha firme na qual podemos nos ancorar para enfrentar as tempestades da vida: uma experiência que, mesmo no sacrifício, nos torna mais fortes, porque nos faz mais conscientes de que não estamos sozinhos. Por isso, diz-se que a dor sempre traz consigo um mistério de salvação, pois nos permite experimentar, de forma próxima e real, a consolação que vem de Deus, a ponto de “conhecer a plenitude do Evangelho com todas as suas promessas e a sua vida” (São João Paulo II, Discurso aos Jovens, Nova Orleans, 12 de setembro de 1987).

Isso nos leva ao segundo ponto de reflexão: o dom. De fato, em nenhuma outra ocasião como no sofrimento percebemos que toda a esperança vem do Senhor e que, portanto, é antes de tudo um dom a ser acolhido e cultivado, permanecendo “fiéis à fidelidade de Deus”, como diz a bela expressão de Madeleine Delbrêl (cf. A esperança é uma luz na noite, Cidade do Vaticano, 2024, Prefácio).

Além disso, somente na ressurreição de Cristo cada um de nossos destinos encontra o seu lugar no horizonte infinito da eternidade. Somente a sua Páscoa nos dá a certeza de que nada “nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus” (Rm 8,38-39). E dessa “grande esperança” derivam todos os outros raios de luz com os quais podemos enfrentar as provações e obstáculos da vida (cf. Bento XVI, Encíclica Spe salvi, 27.31).

O terceiro é último aspecto é o da partilha. Os lugares onde se sofre são frequentemente espaços de comunhão, nos quais nos enriquecemos mutuamente. Quantas vezes aprendemos a esperar ao lado de um doente! Quantas vezes aprendemos a crer junto de quem sofre! Quantas vezes descobrimos o amor ao nos inclinarmos para ajudar quem precisa! Em outras palavras, percebemos que todos juntos somos “anjos” da esperança, mensageiros de Deus uns para os outros: doentes, médicos, enfermeiros, familiares, amigos, sacerdotes, religiosos e religiosas. E isso, onde quer que estejamos: nas famílias, nos ambulatórios, nas unidades de cuidados, nos hospitais e clínicas.

É importante captar a beleza e a profundidade desses encontros de graça, aprendendo a guardá-los na alma para não os esquecermos. Devemos conservar no coração o sorriso gentil de um profissional de saúde, o olhar agradecido e confiante de um doente, a expressão compreensiva e atenciosa de um médico ou voluntário, o rosto ansioso e amoroso de um cônjuge, um filho, um neto, um amigo querido. Todos eles são raios de luz que devem ser valorizados e que, mesmo na escuridão das provações, não apenas nos dão força, mas também revelam o verdadeiro sentido da vida no amor e na proximidade (cf. Lc 10,25-37).

Meus irmãos, minhas irmãs, somos todos chamados a rezar sempre pelos doentes, seus familiares, profissionais de saúde e colocarmo-nos ao lado de quem sofre num caminho de caridade. No momento da doença, o Pontífice frisa ser possível sentir toda a fragilidade (física, psíquica e espiritual) e experimentar a proximidade e a compaixão de Deus, que em Jesus participou do sofrimento da humanidade.

Que Deus nos abençoe e se compadeça de nossas fragilidades.

Pe. Ueliton Neves da Silva
Pároco