Queridos irmãos e irmãs, iniciamos um novo mês e, eis como que num sopro, chegamos ao meio do ano. Marcado por festas e solenidades, iremos celebrar intensamente a nossa fé na certeza de que o Senhor sempre está conosco.
Já no início do mês celebramos Corpus Christi, Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo Jesus, “pão vivo” descido do céu, Palavra encarnada entre nós e que dá a vida ao mundo, para nossa salvação. Viver a Eucaristia é unir-nos à Cristo em sua humanidade, para assim participarmos de sua divindade e fazer o que Jesus fez, entregar tudo o que somos nas mãos do Pai. Sejamos eucarísticos para eucaristizar nossa vida, família e mundo. Tenhamos um grande amor na participação da Santa Missa. A Eucaristia faz a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia, comunidade solidária de amor.
Corpus Christi é Festa da Eucaristia, da presença do Cristo Ressuscitado e do Sacramento do Amor de Deus pelo seu povo. É a fonte da vida da comunidade cristã e da família de Deus.
Essa Solenidade revela o sentido rico da espiritualidade da Aliança, expressão de unidade que acontece entre o ser divino e o ser humano, em sinal visível e concreto, presente na hóstia consagrada. Jesus Cristo continua entre as pessoas, em forma de Sacramento Eucarístico, sinal-presença de esperança para todos aqueles que O reconhecem como libertador e Salvador da humanidade.
A fé da Igreja na presença do Senhor ressuscitado no mistério da Eucaristia remonta à origem das primeiras comunidades cristãs. O gesto levado à plena realização por Jesus é também chamado de ação de graças. Por conseguinte, a Eucaristia é muito mais que um banquete, constitui precisamente o memorial da Páscoa de Jesus; não é apenas uma recordação ou lembrança, mas para nós, cristãos, tem o sentido de participação no mistério da sua paixão, morte e ressurreição e de comunhão profunda com ele. Comungar o corpo e sangue do Senhor é comungar de sua missão de servir e doar a vida. Ele mesmo garantiu: “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue terá a vida eterna” (Jo 6,54); isto é, participamos de sua vida quando entramos na mesma dinâmica e espírito de sua proposta de salvação.
É na força da Eucaristia que melhor conseguimos enxergar o irmão sofredor. A solidariedade de Jesus Cristo com os pobres foi um testemunho modelar para todos os seus seguidores. Ele mostrou que a vida cristã não pode ficar no patamar de um mundo fechado, egoísta e sem partilha. Viver a Eucaristia é colocar a mão na massa para construir uma sociedade onde a vida tem sua dignidade.
No dia 14 deste mês iremos celebrar os 56 anos de criação de nossa Diocese d Itabira-Coronel Fabriciano. Momento oportuno de fazermos memória de nossa caminhada missionária e evangelizadora, mas também momento de ação de graças pois neste campo de missão, como cristãos batizados que somos, testemunhamos a nossa fé de forma comprometida com o evangelho. Deus seja louvado por todos que fizeram e fazem história na nossa diocese. As muitas mãos que se unem com o mesmo propósito nos mostra que o caminho se faz de modo comunitário, auxiliando-nos mutualmente em cada peregrinar, em meio às lutas e desafios.
Celebrando os Santos juninos, junto com todo o povo de Deus, não sendo como na normalidade com as famosas quadrilhas e comidas típicas, queremos louvar a Deus celebrando Santo Antônio, grande pregador que nos ensinou que “é viva a Palavra quando são as obras que falam, o pão dos pobres”.
Com a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, desejamos viver tudo aquilo que emana dele. A água e o sangue do Coração de Jesus são símbolos dos Sacramentos do Batismo e da Eucaristia. A própria Igreja, como a “nova Eva”, é vista como nascida do lado aberto do Coração de Jesus, jorrando sangue e água. Assim sendo sempre foi na Igreja fonte de piedade, oração, fé e graça. As revelações de Santa Margarida Maria Alacoque, as doze promessas, contribuíram imensamente para a difusão dessa devoção. A característica própria dessa solenidade é a ação de graças pela riqueza insondável de Cristo e a contemplação reparadora do coração transpassado. Com amor e gratidão, contemplamos o Sagrado Coração de Jesus aberto na cruz, fonte de graça e revelação singular da Misericórdia Divina. “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso”.
Ao finalizarmos o mês, celebraremos a festa das duas colunas inabaláveis da Igreja, os apóstolos Pedro e Paulo, e firmemos nossa fé na Igreja, onde eles testemunharam a fé em Jesus Cristo e se doaram no seu sofrimento até o martírio. Eles nos ensinam que a Palavra de Deus não deve ficar oculta por medo. Os dois se identificaram com o projeto do Evangelho, orientados a dar a vida pela boa notícia aos pobres. É também o dia do Papa – o nosso Pedro de hoje, o Papa Francisco. Renovemos nossa fé e nossa pertença à Igreja, caminhando em comunhão com Deus, com nossa Igreja, na pessoa do Papa Francisco. Rezemos e vamos amar nosso Papa. Sejamos nós também corajosos anunciadores do Reino em nossos dias, tão necessário para construirmos a cultura do encontro e da Paz à civilização do amor, pois somos todos missionários.
Que Deus vos abençoe e vos guarde, vos livre de todos os perigos e males.
Itabira, 01 de junho de 2021
Pe. Ueliton Neves da Silva
Pároco