Estamos no último mês do ano civil. Parece que, pela intensidade das coisas, tudo passou tão rápido.
É tempo de olhar para trás e vermos o quanto caminhamos, o quanto fizemos. Mas este olhar para trás nos leva com muita esperança para olhar para frente e a trilharmos novos caminhos. Novos sonhos surgem, assim como também novos desafios nos são apresentados. Mas olhando para trás e percebendo quantos desafios superamos, podemos olhar para frente certos de que somos capazes de vencer tantos outros que surgirem, pois a meta que esperamos alcançar não nos deixa jamais desanimar diante dos obstáculos. O que nos impulsiona é mais forte e a esperança é que nos move.
Ao me dirigir a vocês, diletos filhos e filhas da Paróquia Nossa Senhora da Penha, faço desta a oportunidade de agradecer pela presença e importante colaboração na caminhada missionária e evangelizadora desta nossa igreja. Sem vocês, não teríamos feito e chegado ao resultado a que chegamos. Deus seja louvado pela vida e dedicação de vocês.
Caminhar ao lado de quem sonha com a gente é gratificante, pois colabora para que o sonho chegue a se tornar realidade e não fique em simplesmente um sonho. Quantas coisas sonhamos juntos e realizamos juntos.
Iniciamos a pouco o novo Ano Litúrgico da Igreja com o tempo do Advento. Este tempo novo é um tempo de alegria, pois ele nos abre a porta para o Natal do Senhor e nos lança na esperança do mundo que há de vir. Longe de ser uma repetição daquilo que já celebramos, o Mistério de Cristo celebrado torna o passado presente e continua a agir na história encaminhando-nos para seu futuro.
O Advento é um tempo muito significativo para todos nós e nos enche de uma esperança que rege toda nossa vida. “Revestido da nossa fragilidade, Ele veio a primeira vez para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória, Ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos e que hoje vigilantes esperamos” (Prefácio do Advento I). Assim como o povo de Israel preparou a primeira vinda do Messias, também nós, através deste tempo liturgicamente forte do Advento, preparamos a segunda vinda.
Como forma de nos preparamos para o Natal do Senhor, somos convidados a rezar, em nossas casas, igrejas domésticas, junto à nossa família, santuário da vida, a novena de Natal. Rezar a novena em nossas casas, além de nos preparar espiritualmente para celebrarmos este grande Mistério da Encarnação do Verbo de Deus, nos recorda que a igreja tem a missão no mundo de anunciar a beleza desta luz que ilumina cada um de nós pelo seu amor, pois o Verbo se fez carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus: “nisto manifestou-se o amor de Deus por nós; Deus enviou seu Filho ao mundo para que vivamos por Ele” (1 Jo 4,9).
O Verbo se fez carne e habitou no meio de nós para ser nosso modelo de santidade e reconciliar-nos com Deus. Deste modo, embora sendo de natureza humana, somos chamados a participar de sua natureza divina. Na Encarnação, o Filho de Deus assume a nossa natureza humana para nela realizar a nossa salvação. Deus veio morar entre nós. Jesus é o verdadeiro Deus em nosso meio, o Emanuel, o Deus-conosco.
Na proximidade de tão grande celebração, rogo ao Deus da misericórdia e Príncipe da Paz, que se fez homem por nós, que nos empenhemos no anúncio deste Mistério. Sejamos uma presença forte e testemunhal do Verbo encarnado hoje e sempre. O Verbo se fez carne e veio morar conosco, para encher de sentido nossa vida, iluminar nossas trevas e conduzir-nos em seu caminho.
Ninguém como Maria conheceu a profundidade deste Mistério de Deus feito homem. Peçamos a proteção de Maria, a Senhora da Penha, nossa padroeira paroquial, nesta tarefa desafiadora. Que a Virgem da ternura e do autêntico amor nos ajude a encontrar Deus nas feições de uma criança, e manifestar a sua glória aos que ainda jazem nas trevas.
Queridos irmãos e irmãs, diletos filhos e filhas, o Natal se aproxima e celebrar o Natal é experimentar e reviver o caminho que une céus e terra, o humano e o divino, Deus e a humanidade.
Como forma também de nos preparamos para o Natal, armemos em nossas casas o Presépio. Este nos ajuda a reviver a história sucedida em Belém. Ele é um convite a sentir e a tocar a pobreza que escolheu, para si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim, um apelo para o seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz. Não deixa de ser também um forte apelo a encontrá-lo e servi-lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados, sobretudo os mais afetados neste tempo de pandemia (cf. Mt 25, 31- 46).
“O Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura. Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que se fez Homem a fim de se encontrar com todo o homem, e a descobrir que nos ama tanto, que se uniu a nós para podermos, também nós, unirnos a Ele. (Carta Apostólica Admirabile Signum, do Santo Padre Francisco, sobre o significado e valor do Presépio).
Na fragilidade da criança, Deus vem a nós para que possamos subir a Ele, pois quer nos tornar divinos. O nascimento duma criança suscita alegria e encanto, porque nos coloca perante o grande mistério da vida. Jesus é verdadeiramente Deus que assume a nossa condição humana. Acolhamo-lo no Natal que celebraremos, contemplando-o pequeno, na gruta de Belém. Vem Senhor nos salvar! Vem, sem demora, nos dar a Paz!
Desejo a você e à sua família um Feliz e Santo Natal e um Ano Novo de 2023 repleto de muita saúde e muita paz.
Com frutuosas bênçãos,
Pe. Ueliton Neves da Silva
Pároco