Queridos irmãos e irmãs, alegria e paz.
Iniciamos o mês missionário e neste são celebrados muitos santos de nossa devoção, todos com uma vida dedicada à missão, a saber: Santa Terezinha do Menino Jesus, São Francisco de Assis, Nossa Senhora Aparecida (Rainha e padroeira do Brasil e de nossa Diocese), São João XXIII, São João Paulo II, Santa Edwiges, São Lucas, São Judas Tadeu Santo Antônio de Santana Galvão (estes dois últimos, padroeiros de duas das nossas comunidades), entre outros.
Em nossa paróquia ainda celebramos outro grande missionário do Pai, que é São Geraldo Majela, irmão redentorista e padroeiro de duas das nossas comunidades: o Santuário e a comunidade localizada no bairro Major Lage de Baixo. Realizaremos a novena no período de 07 a 15 de outubro e a festa será no dia mesmo de sua memória litúrgica, dia 16 de outubro, sábado.
No início deste mês, na semana, celebramos a Semana da Vida que tem por tema “Família Santuário da Vida”, resgatando as reflexões da carta encíclica de São João Paulo II Evangelium Vitae. As celebrações ocorrem de 01 a 07 de outubro e terminam com o Dia do Nascituro, no dia 8 de outubro. A motivação é que esta seja uma semana em que nossa voz ecoe pelo mundo inteiro dizendo que a vida vale a pena, é dom de Deus e, na família, santuário dessa vida, onde ela cresce, se desenvolve, onde é cuidada, queremos mostrar que é possível acolher, amar com ternura, com generosidade todos aqueles que estão vulnerabilizados, esquecidos, excluídos, porque a vida é também essa partilha de solidariedade e de amor para com todos.
Neste mês ainda acontecerá a abertura do Sínodo dos Bispos. O lançamento oficial do processo sinodal ocorrerá em Roma, nos dias 09 e 10 de outubro. Em nossa Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano nos dias 16 e 17 nas três regiões pastorais. Seu propósito é engajar toda a Igreja na preparação para a próxima assembleia ordinária do Sínodo dos Bispos, que ocorrerá em outubro de 2023 em Roma, e focará sobre o tema da sinodalidade.
O Papa quando fala do Sínodo e do dinamismo sinodal diz que a sinodalidade é um caminho muito belo e o caminho da Igreja para o terceiro milénio. Uma palavra fácil de dizer, mas difícil de concretizar. Até porque a escuta pressupõe que se fale com liberdade. Achei muito curioso que, a propósito do Sínodo da Família, tenham dito ao Papa que havia bispos e cardeais que não diziam algumas coisas com medo daquilo que poderiam dizer, e o Papa disse que o caminho sinodal só será possível quando falarmos com liberdade, com parresia, e quando escutamos com humildade.
A cada ano um tema e lema são escolhidos para nortear um caminho de reflexão e ação. Neste ano de 2021 o tema escolhido foi “Jesus Cristo é missão” e o lema “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20). O novo contexto da pandemia que se estende de forma prolongada, evidenciou e ampliou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as injustiças de que tantos já padeciam. Desmascarou nossas falsas seguranças e desnudou nossa fragilidade humana. Como aguardarmos e lutamos incansavelmente para que toda esta tempestade passe e acabe. Mas o Senhor há de ter piedade de nós.
Somos motivados pela Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões, onde se realiza em todas as igrejas a Campanha Missionária (coleta solidária) destacando o testemunho de missionários da compaixão e da esperança: “Neste tempo de pandemia, perante a tentação de mascarar e justificar a indiferença e a apatia em nome de um distanciamento social saudável, a missão de compaixão é urgentemente necessária por sua capacidade de fazer desse distanciamento recomendável uma oportunidade de encontro, cuidado e promoção.”
Não somente agora, mas em toda nossa vida, enquanto cristãos, faz-se necessário promover a oração, a reflexão e a ação em favor da missão. O mundo deve saber que é amado e redimido pela salvação oferecida por Jesus, morto e ressuscitado. O objetivo do mês Missionário é despertar em todos nós a conversão missionária, as vocações missionárias e o entusiasmo missionário.
A Missão é a essência da Igreja, isto é, o jeito dela ser e atuar. Desta forma podemos dizer que a missão não somente é nossa vocação e é necessária, mas é uma urgência inadiável. Enquanto discípulos chamados e enviados pelo Pai, precisamos a cada instante edificar uma Igreja “em estado de missão permanente”, em todas as regiões da terra.
Nós enquanto discípulos-missionários somos enviados a sermos sinais da compaixão e da esperança, sobretudo às pessoas mais fragilizadas e afetadas neste contexto de pandemia: profissionais da saúde, famílias enlutadas com testemunho de esperança, populações em situação de rua e abandono, educadores etc.
Como gesto concreto, em todas as Igrejas do mundo, realizaremos nos dias 23 e 24 de outubro a coleta missionária, destinada de forma integral para a missão da compaixão. Oitenta por cento dos recursos são enviados à Congregação para Evangelização dos Povos que faz circular um fundo universal de solidariedade, mantendo 1.050 dioceses nas periferias mais necessitadas do mundo. Os vinte por cento restantes ficam no Brasil e mantém os trabalhos das Pontifícias Obras Missionárias, compondo uma rede mundial de oração e caridade a serviço do Papa e da Missão da Igreja.
Celebremos com alegria o mês missionário e sejamos cristãos de fato capazes de se desinstalar para poder viver em constante estado de missão, pois ou se é missionário ou não se é cristão. E devemos começar por viver a dimensão missionária em nossa casa, junto a nossa família, e depois, não nos limitando a ela, a tantas pessoas e lugares. Ser missionário anunciando o amor e a esperança, mas do que com simples palavras mas com a própria vida, pois palavras se perdem e podem ser vazias dissociadas de uma real motivação interior, mas o testemunho é uma bela expressão do que se trás no coração e se busca traduzir em gestos concretos. Rezemos a oração para o mês missionário e permitamos que a nossa missão seja a missão de Jesus. Somente assim faremos o que o Senhor pede e espera que nós façamos:
Deus Pai, Filho e Espírito Santo, comunhão de amor,
compaixão e missão. Nós te suplicamos:
Derrama a luz da tua esperança sobre
a humanidade que padece a solidão, a pobreza,
a injustiça, agravadas pela pandemia.
Concede-nos a coragem para testemunhar,
com ousadia profética e crendo
que ninguém se salva sozinho,
tudo o que vimos e ouvimos de Jesus Cristo,
missionário do Pai.
Maria, mãe missionária, e São José, protetor da família,
inspirem-nos a sermos missionários
da compaixão e da esperança.
Amém.
Pe. Ueliton Neves da Silva
Pároco