Queridos irmãos, queridas irmãs.
No Ano Santo, Jubileu de Esperança, nos encontramos na vivência do mês vocacional. Vocação vem da palavra “vocare” que significa chamado, por isso vocação é a resposta humana a um chamado divino. É um mistério que envolve o chamado, que é de Deus, escuta e resposta de quem é chamado.
Somos chamados à vida. Todos nós vivemos porque fomos chamados à existência. Ninguém vive porque decidiu viver. Alguém nos chamou para a vida (cf. Gn 1,27). Toda vocação corresponde a uma missão, por isso a vocação à vida exige de nós o compromisso de defendê-la e de promovê-la em toda a sua amplitude: saúde, educação, oportunidade de trabalho, lazer, espiritualidade, etc.
Somos chamados à santidade. São Paulo diz que a vontade de Deus é a nossa santificação (1Ts 4,3). “Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2). Ser Santo é fazer em tudo a vontade de Deus Pai, é corresponder ao seu amor divino, é ficar longe de tudo o que é pecado, do que nos impede de viver na graça divina. A vocação à santidade sempre foi necessária. Para ser santo não é necessário que se faça algo extraordinário (cf. Mt 28,34-41). Basta viver com amor e fé as ocupações ordinárias de cada dia. A nossa santidade deve vir d’Ele e existir para Ele, precisa ser encarnada na história em que vivemos, assim como Jesus o fez.
Somos chamados a assumir um “estado de vida” de doação e entrega total a Deus e à comunidade de fé, na vida religiosa consagrada através dos Conselhos Evangélicos de pobreza, obediência e castidade (religiosas ou religiosos), e na vida do ministério ordenado (diácono, padre, bispo).
Sabendo que a Igreja é ministerial, Deus chama também, homens e mulheres, a assumirem ministérios (serviços) na comunidade eclesial. O exercício deles supõe o chamado divino e exige disponibilidade de quem se sente chamado. Se é graça o chamado, é graça também a resposta. Por isso, só se entende vocação num clima de fé e oração. São Paulo aos Coríntios diz: \”Há diversidade de dons, mas um só Espírito. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor (1Cor 12, 4-5). Os ministérios são diversos porque diversas são as necessidades humanas e espirituais do Povo de Deus. Quando assumimos nossos, dons, talentos e carismas na comunidade eclesial (Igreja) ajudamos a Cristo e a Igreja a salvar pessoas, que é a sua missão principal, por isso ela é chama de “Igreja, comunidade de salvação” (cf. LG,1; GS, 40).
Peçamos ao Senhor que nossa paróquia possa ter um cultura vocacional, uma paróquia onde cada fiel tenha a alegria de participar, de servir e colaborar com entusiasmo nos vários serviços, ministérios, pastorais, movimentos, serviços, escolas e associações. Que cada um reavive em si o dom da fé e da sua vocação para Evangelizar com convicção e fé, de que foi chamado para o serviço na Igreja e não simplesmente para ocupar um espaço. Que todos tenhamos a consciência vocacional do chamado divino que gera testemunho de vida, amplia a ação pastoral, atrai e cultiva novas vocações específicas para o sacerdócio presbiteral, para a vida consagrada e para famílias cada vez mais santas.
A vocação é a resposta de Deus providente a uma comunidade que reza. Rezemos pelas vocações e façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para cumprir o mandato de Jesus: “Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe” (Mt 9,38) e que auxilie e sustente os que já foram chamados e enviados.
Que Deus vos abençoe e vos guarde.
Itabira, 05 de agosto de 2025.
Pe. Ueliton Neves da Silva
Pároco