Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5, 8). Talvez seja esta uma das mais belas frases do Evangelho, e uma das mais conhecidas. Entretanto, nem sempre atinamos com o significado mais profundo visado pelo Divino Mestre ao pronunciá-la. Decerto não se referia Ele só à pureza dos Santos no Céu, nem àquela pela qual o coração, já aqui na Terra, está continuamente à procura de Deus, mas também à visão que o inocente possui de todas as criaturas, discernindo nelas um reflexo do Criador.
Ora, segundo Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e outros Doutores, é possível ao homem começar a gozar, ainda nesta vida, dos prêmios prometidos no Sermão da Montanha. Acerca da recompensa dos puros, escreve o Doutor Angélico: “Com a visão purificada pelo dom da inteligência, Deus pode, de certo modo, ser visto”.1
Se todos os Santos alcançam esta singular virgindade de espírito, em alguns ela parece brilhar com maior esplendor, servindo de modelo a ser imitado. Tal se dá com São Geraldo Majela, que em sua curta existência de apenas 29 anos legou à Igreja um exemplo vivo desta bem-aventurança. “Ó meu Deus, de todas as virtudes que Vos são agradáveis, a minha preferida é a pureza de coração”2 — escreveu ele.
Ao percorrermos sua história, analisando suas virtudes, seus milagres e, sobretudo, os terríveis sofrimentos que teve de enfrentar, temos a impressão de contemplar um cristal puríssimo atravessado por intensos raios do Sol: sua alma deixou passar a luz divina sem opor-lhe resistências. Por isso, pôde ele, ainda neste vale de lágrimas, “ver a Deus”!
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