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Itabira, 12 de maio de 2024

Sermão do Encontro 2023

10/04/2023 . Notícias da Paróquia

Estimados irmãos padres, diáconos, querido Povo de Deus. Estamos aqui reunidos, para contemplar o momento em que Jesus e Maria entrevem seus olhares, olhares de dor e de compaixão, no caminho do calvário.

Imaginemos irmãos a compulsão de Maria, seu coração está desfalecido. Ela que desde a noite da última ceia, não tinha mais notícias do seu Jesus. Os guardas o levaram. Todos fugiram. Maria ficou só e talvez rodeando, por ali, o Palácio de Herodes e de Pilatos. Quanta tortura na mente e no coração em pensar no seu Filho: “O que fizeram do meu Jesus? Meu Filho, meu amado!”

Nas ruas da Cidade e em meio a multidão, conduzida pelo Apóstolo Amado, João; Maria é conduzida entre a multidão espreitando entre as pessoas e vielas, para ver se o encontra; e algo, na sua impotência, consiga fazer pelo seu amado filho. Quanta angústia, quanta dor!

Nestes passos de Maria queremos refletir e associar a dor de tantos pais. Quantos não sofrem com humildade e humilhação as precárias condições para alimentar e cuidar dos seus filhos; quantos outros já idosos e na idade de descanso, sofrem por cuidar dos filhos dos seus filhos e filhas que se tornam netos órfãos de pais vivos, forçados a migrar, arriscar a sorte em outros cantos, por não encontrar trabalho e condições de vida digna ondem nasceram.

Nestes passos dolorosos de Maria se unem as mães que perderam seus filhos inocentes no atentado em Blumenau, em Santa Catarina. Mães que fazem, a semelhança de Maria, a experiência da dor no caminho do calvário. Quanta dor. Quanta agonia para estas mães e todas as famílias nesta triste e cruel realidade.

A Campanha da Fraternidade deste ano pôs em evidência o tema da fome. Fraternidade e fome: “Dai-lhes vos mesmos de comer” (Mt 14,16). É vocação, graça e missão da Igreja obedecer a Jesus e cumprir sua ordem. É missão do discípulo de Jesus dar de comer, fazendo da própria existência alimento, oferta de vida e cuidado, tal como fez o Mestre: “Entre eles ninguém passava necessidade” (At 4,34),

Em São Mateus Evangelista, no capítulo 25,31-46,  todo o discurso nos revela uma imagem de Deus revolucionária: Ele se identifica com aqueles que sofrem, que passam fome e sede, que são estrangeiros, que estão nus… À hora da verdade, quando se decide o destino definitivo de cada ser humano, o que vai ser levado em conta não são as crenças de cada um, nem as práticas religiosas ou a observância das leis; o único determinante será a atitude compassiva e acolhedora na relação com o outro.

Ou seja, não resta mais nada a não ser o ser humano. Tudo isso para deixar bem claro onde e como podemos encontrar o Deus a quem buscamos e em quem acreditamos: na medida em que tomamos a sério o sofrimento e também a felicidade dos outros. Esta é a verdadeira religião.

A imagem de Deus mais surpreendente encontrada nos Evangelhos é que Ele se “fundiu” com o humano. É no “humano” onde Deus se revela a nós e é no “humano” onde nós podemos encontrá-lo.

Quem crê em Jesus como “revelação de Deus”, crê num Deus que está intimamente vinculado ao humano, encarnado no humano e, portanto, fundido com o humano.

Mais ainda, “Deus se funde e se confunde com todo ser humano”. De maneira que, quem se “humaniza” até o mais profundo de seu ser e se relaciona com os outros, com sentimentos e atos de profunda humanidade, na realidade esse é o que se “esbarra” em Deus, na vida, no cotidiano, nas relações…

A identificação de Deus com o ser humano é tão forte e tão decisiva que, no momento do encontro definitivo com Ele, o critério para entrar no Reino não é o que cada pessoa fez ou deixou de fazer “para” Deus, mas o que ela fez ou deixou de fazer “para” os seus semelhantes, com os quais conviveu.

Lido numa perspectiva social, o evangelho de São Mateus oferece uma síntese das necessidades básicas da humanidade, estruturada em três níveis: material (fome e sede), exclusão social (exílio e desnudamento) e de suma impotência (enfermidade e cárcere). O texto não discute as causas desses males, mas  toma-os  como fatos. Não se trata, portanto, de teorizar sobre eles, mas de buscar uma maneira de solucioná-los.

Jesus, Messias de Deus, o Filho do Homem e o Rei das nações, não aparece como situado fora ou à margem dos males deste mundo. Pelo contrário, Ele assume como próprios todos os sofrimentos e as necessidades de todos os humanos: “tive fome, estive enfermo e encarcerado…”

Da fome (primeiro dos males) ao cárcere (último dos males) estende-se toda uma cadeia de males que deformam o rosto dos humanos, e, portanto, deformam o rosto do próprio Deus.

Esta situação de extrema pobreza generalizada adquire, na vida real, feições  concretíssimas, nas quais deveríamos reconhecer as feições sofredoras de Cristo, o Senhor que nos questiona e interpela:

– Feições de crianças golpeadas pela pobreza ainda antes de nascer.

– Feições de jovens desorientados por não encontrarem seu lugar na sociedade.

– Feições de indígenas e de afro que vivem segregados e em situações desumanas.

– Feições de operários mal remunerados e que tem dificuldades de se organizar e defender seus direitos.

– Feições de desempregados, despedidos pelas duras exigências das crises econômicas.

– Feições de marginalizados e amontoados das nossas cidades.

– Feições de anciãos, postos à margem da sociedade, que prescinde das pessoas que não produzem.

Esse sofrimento injusto dos últimos da Terra nos ajuda a conhecer a realidade do mundo que estamos construindo. Não se conhece o mundo a partir de seus centros de poder, mas a partir dessas “massas sobrantes”, sem rosto e sem nome, dos excluídos, os únicos para os quais não há um lugar em nosso mundo globalizado. São nossas vítimas as que mais nos ajudam a conhecer quem somos. Ninguém pode nos interpelar com mais força. Ninguém tem mais poder para nos arrancar de nossa cegueira e indiferença. Ninguém tem mais autoridade para nos exigir mudança e conversão. Dizia Jon Sobrino, “as vítimas tem um potencial para salvar a história e a humanidade, e, em parte, esse potencial seu é insubstituível”

Cristo, abandonado, impele-nos a procurá-lo e a amá-lo nos abandonados. Porque neles, não temos apenas necessitados, mas temo-lo a Ele, Jesus Abandonado, Aquele que nos salvou descendo até ao fundo da nossa condição humana. Por isso deseja que cuidemos dos irmãos e irmãs que mais se parecem com Ele, com Ele no ato extremo do sofrimento e da solidão.

Muitos foram os sofrimentos de Jesus. Foram sofrimentos do corpo: das bofetadas às pancadas, da flagelação à coroa de espinhos, até à tortura da cruz. Foram sofrimentos da alma: a traição de Judas, as negações de Pedro, as condenações religiosa e civil, a zombaria dos guardas, os insultos ao pé da cruz, a rejeição de tantos, a falência de tudo, o abandono dos discípulos. E, contudo, prosseguiu o Pontífice, no meio de todo este sofrimento, restava a Jesus uma certeza: a proximidade do Pai. Ele tinha dito: “Eu e o Pai somos um”, “Eu estou no Pai e o Pai está em Mim”. Mas agora acontece o impensável; antes de morrer, clama: “Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?”

Na Bíblia, o verbo “abandonar” é forte; aparece em momentos de dor extrema: em amores fracassados, rejeitados e traídos; em filhos enjeitados e abortados; em situações de repúdio, viuvez e orfandade; em casamentos gorados, em exclusões que privam dos laços sociais, na opressão da injustiça e na solidão da doença: em suma, nas mais drásticas dilacerações dos vínculos. Cristo levou tudo isto para a cruz, ao carregar sobre Si o pecado do mundo. E, no auge, Ele – Filho unigênito e predileto – experimentou a situação mais estranha no seu caso: a distância de Deus.

Há hoje tantos “cristos abandonados”. Há povos inteiros explorados e deixados à própria sorte; há pobres que vivem nas encruzilhadas das nossas estradas e cujo olhar não temos a coragem de fixar; migrantes, que já não são rostos, mas números; reclusos rejeitados, pessoas catalogadas como problemas. Mas há também muitos cristos abandonados invisíveis, escondidos, que são descartados de forma “elegante”: crianças nascituras, idosos deixados sozinhos, doentes não visitados, pessoas portadoras de deficiência ignoradas, jovens que sentem dentro um grande vazio sem que ninguém escute verdadeiramente o seu grito de dor.

Quanta angústia não sentiu Maria pelo distanciamento e falta de notícias de seu Jesus. Só podia imaginar, sofria.

Quanta angústia no coração de Mãe e de Pai pela distância dos filhos e pela impotência e carência de não se poder, absolutamente, fazer nada.

Maria escuta falar, ouve os rumores, apressa os passos, espreita, o procura e nada! Quanta angústia! A tortura e escárnio que Jesus vai sofrendo distante, Maria o sente no coração, na mente e na alma.

Nesses passos redentores de Jesus e de Maria queremos depositar os sofrimentos desses tantos pais e filhos. Depositar nossa esperança de Ressurreição e de vida nova; ganhar forças para seguir em frente, na certeza de que a vida do Justo está nas mãos de Deus.

Mas a noite de Maria será longa e não chegará ao fim, senão, ao meio dia, quando “se fez trevas sobre toda a terra”.

Quanta humilhação de Jesus, quanta humilhação de Maria! Jesus ensanguentado e torturado carregava sua Cruz.

Todos, desde o nosso batismo, fomos marcados pelo sinal da cruz. No rito da celebração do Batizado o primeiro sinal que faz o celebrante é este: “Eu te assinalo com o sinal da Cruz que é o sinal de Cristo Jesus”. Foi o mesmo Jesus que em seus ensinamentos indicou: “quem quer vir após mim renuncie a si mesmo tome sua cruz e me siga, pois quem quiser ganhar a sua vida neste mundo a perderá, mas quem perder a sua vida por causa de mim a encontrará.”.

Sim! Cada um de nós tem suas cruzes, tem seus sofrimentos, mas nenhuma cruz compara-se a Cruz de Jesus. Ela, como diz o antigo hino de adoração: “sustentou o mundo inteiro”. Indescritíveis a dor e o peso da cruz do Senhor!

O Profeta Isaías, profetizando, vai descrever as dores de Jesus, como o Servo Sofredor e dizer: “Não havia nele aparência, não havia nele beleza alguma que atraísse. Homem sofredor, chagado. Tão desfigurado estava, que diante dele viravam-lhe o rosto, tão insuportável ficou sua aparência”.

Aquela multidão raivosa, cheia de ódio, perversão e maldades, despejou sua fúria e violência sobre Jesus. Jesus, por sua vez, não lhes resistiu, recebeu os bofetões, golpes, chicotadas, os escarros no rosto. Com seu silêncio e forças, Jesus seguiu carregando a sua Cruz.

São nestes passos lentos e pesados, neste rastro de suor e de sangue que também nós caminhamos. São muitas as vítimas inocentes dos pecados dos homens. Quantos indefesos e vulneráveis sofrem no silêncio, ou calados por outros. O mundo apesar de tanta tecnologia e especialistas, convive, ainda hoje, com situações de escravidão, tráfico de seres humanos, inferiorização da mulher, discriminações de raça, cor, gênero e outros tipos de injustiça que geram exclusão social. O mundo segue e se aperfeiçoa na maldade e os seus crimes vão adquirindo outros nomes como feminicídio, homofobia e outros.

Somos convidados, nestas lentas, pesadas e profundas pegadas de Jesus, depositar nossa esperança de Ressurreição. Por elas fomos perdoados e salvos.

Reconhecendo o amor de Jesus por nós, pela humanidade, também nós, queremos corresponder ao seu plano de amor, e participar da sua vida de doação pela salvação do mundo.

Simão, o Cirineu, nos ajuda a meditar. Passando pelo caminho foi obrigado a ajudar Jesus a carregar a Cruz.

Eis, irmãos e irmãs, que este caminhante foi identificado como sendo um homem forte, robusto, com capacidade de suportar a cruz e ajudar Jesus. Assim, também nós, dotados, capacitados por Deus com os talentos por ele confiados, somos chamados a multiplicar os nossos dons, alimentar as virtudes e colaborar, com Cristo, no plano da salvação. Somos chamados a nos identificar, a nos descobrir, buscar nossa missão, sair do anonimato, da tão famosa “zona de conforto” em que muitas vezes nos colocamos e nos fechamos.

O Cirineu que carrega a Cruz de Jesus, nos sirva de exemplo na luta contra o comodismo. Não podemos passar ao lado dos projetos de Deus, assistir de longe.

Não podemos ser mais um na multidão. Não podemos ser católicos de ir à Igreja uma vez por ano. Precisamos ser católicos de Missa Dominical. Manifestar nossa fé na Comunidade Cristã e vivenciar os Sacramentos da Iniciação Cristã: nosso Batismo, Confirmação e Eucaristia.

Passada a pandemia somos chamados a ser igreja deste Cristo, Igreja de fé!

De que vale seguir o Senhor dos Passos se não estivermos dispostos a carregar a sua Cruz?

É preciso ser cristãos autênticos. É preciso ser verdadeiramente Igreja, Igreja

em saída, viver e estar em permanente estado de missão.

Irmãos e irmãs. Eis que, como a Virgem Maria, mãe amada e aflita, caminhamos também nós pelas ruas desta nossa Cidade, mais uma vez procurando cruzar nosso olhar, com os olhares do Cristo sofredor e da Virgem dolorosa.

Eis que fomos convergidos por Deus para esse momento. Momento em que Mãe e Filho se fitam mutuamente. Um segundo de olhar. Um filme em um segundo. Uma história de amor e compaixão num fleche de olhar.

Quanta dor no coração de Maria. Quanta dor no coração de Jesus, que além das dores externas que sentia, percebe e sente a dor do coração de sua mãe ao vê-lo sofrer.

Maria é o nosso exemplo maior de seguidora de Cristo. Se quisermos ser cristãos temos que entender o papel da Mãe do Senhor no contexto da salvação.

À semelhança de Cristo novo Adão, Maria é, agora, para nós Cristão nova Eva. Mulher do Gênesis, Mulher dos Evangelhos, Mulher do Apocalipse. Maria é Imagem do Cristão e da Igreja.

Eis que na troca de olhar da Mãe e de seu Filho, quanta emoção e mistura de sentimentos, e com certeza muita tentação, surge aí um imenso combate na fé.

Hoje também, tenho certeza irmãos, de nesta caminhada, nas trocas de seus passos, na sua reflexão de vida, no seu olhar pra Jesus e Maria, quanto combate, quantas tentações.

Maria acostumada a “observar tudo e guardar no seu coração” com certeza chega ao máximo de sua exaustão. Que batalha monumental para mãe do Senhor. Seu coração quase se arrebenta de dor e suas lágrimas, nesta hora, regaram a terra clamando misericórdia para os homens.

O inimigo vencido por Jesus, em suas tentações no deserto voltou, agora no momento oportuno, na hora da sede, da dor, na hora da Cruz!

Voltou nas palavras de Pilatos: “Então tu és Rei?”; dos soldados que lhe davam vinagre como bebida: “Se és o rei dos Judeus, salva-te a ti mesmo!”; do Ladrão revoltado, crucificado à sua esquerda: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”.

O inimigo com certeza se apresentou a Maria, o inimigo tentou Maria como a Eva no paraíso. A Eva foi lhe apresentado um belo fruto que continha escondido o veneno da morte. A Maria foi apresentado um fruto amargo que nos traria um doce remédio, a vida. Aquela primeira Eva com seu consentimento negou os planos de Deus. Maria, nova Eva, com seu sim permitiu ser serva, e serva sofredora até o fim, colaborando no planos de Deus e salvação dos homens.

Eis irmãos e irmãs que o inimigo também nos ronda constantemente e diz que não pode haver um Deus assim: que permita tamanho sofrimento. Eis a pergunta que nos coloca em cheque. Como pode existir tantos sofrimentos no mundo? Eis que o inimigo também diante das dificuldades do dia a dia, dos sofrimentos que não encontramos resposta, nos interroga e tenta: “Onde está teu Deus?” É trabalho constante do inimigo nos convencer de que Deus não ama. Ele é enganador desde o princípio. É o pai da mentira. Disse a Eva que se ela comesse do fruto e desse ao seu marido os dois seriam como Deuses, pois não seria possível um Deus que ama e criou um paraíso, impor limites a alguém. Mas Deus avisou, não coma! Se comerem da árvore, o dia em que comerem morrerão! Deus deu uma lei para que tivessem a vida! Mas eles tocaram na árvore, comeram o fruto, conheceram o que era “o bem e o mal”, descobriram que estavam nus, experimentaram o medo, foram se esconder, a morte passou a dominar sobre eles.

Deus então desce ao paraíso, irmãos, vai ao encontro do homem escondido e amedrontado. “Onde estás? Acaso comeste do fruto da árvore que te proibi?” Responde o homem: “a mulher que me deste comeu e me deu de comer”. O homem é incapaz de assumir a sua culpa. Começa a se ‘desculpar’ a jogar a culpa no outro: “foi a mulher” e em última instância: “que tu me deste”, portanto a culpa é tua. No final Adão põe a culpa em Deus, dos seus próprios erros.

Eis irmãos o trabalho do inimigo, nos convencer de que Deus não ama, pois se amasse tudo seria diferente. Nenhum mal te aconteceria, sua vida seria diferente, sua história, seus pais, seu passado; seu corpo; teria muito dinheiro; não sofreria tanto etc..

Mas eis que Deus fez uma promessa ao expulsar a serpente do paraíso: “porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe feriras o calcanhar”

Esta promessa se cumpriu, irmãos e irmãs! Maria é essa Mulher que esmaga a cabeça da serpente. Ela em sua humildade destrói a soberba do inimigo. Com seu sim traz ao mundo o Salvador! Ela é bendita entre todas as mulheres e bendito é Jesus; Bendito fruto do seu ventre! Ele é a descendência da Mulher, nós somos a descendência dos que Nele, pela fé, acreditamos.

Irmãos e irmãs, saibamos amar Jesus abandonado e saibamos amá-lo em cada abandonado. Peçamos a graça de saber ver e reconhecer o Senhor que continua a clamar neles. Não permitamos que a sua voz se perca no silêncio ensurdecedor da indiferença. Não fomos deixados sozinhos por Deus; cuidemos de quem é deixado só. Então, só então, faremos nossos os desejos e os sentimentos d’Aquele que por nós “Se esvaziou a Si mesmo”.

Que nesta oportunidade que nos dá o Senhor de voltarmos a seguir seus passos abençoando nossa Cidade e nossas famílias, desejemos dar passos na fé. Vamos nos encorajar uns aos outros à vida de fé, de Comunidade Cristã, vida de Igreja. Esse deve ser nosso compromisso e missão, com o Senhor e com Maria.

Que Nossa Senhora, a Virgem das Dores, nos conduza nos passos da salvação. Que o Bom Jesus dos Passos, nos leve a viver mais santamente os Mistérios Pascais e nos conceda a graça, de um dia, enfim, participarmos, com Ele, de sua misericórdia, no Paraíso!

Deus abençoe a todos!

Itabira – 05 de abril de 2023.

Pe. Ueliton Neves da Silva
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Penha